Quem acompanhou o noticiário ontem pode ver uma decisão judicial no mínimo intrigante. O 3º Tribunal do Júri do Rio de Janeiro absolveu o policial militar Marcos Parreira do Carmo, acusado de matar o estudante Daniel Duque, de 18 anos, em frente a uma boate em Ipanema, zona sul do Rio. Por unanimidade, o júri entendeu que o tiro disparado pelo PM foi acidental.
No julgamento, que terminou na madrugada desta quarta-feira (8/10), o promotor Marcelo Monteiro pediu a absolvição do policial. Segundo o promotor, os depoimentos das testemunhas não foram consistentes. “A qualquer réu a lei assegura o benefício da dúvida. O único caminho para se fazer justiça é a absolvição”, afirmou.
O PM afirmou ter agido em legítima defesa. Disse ainda que Daniel teria tentado tirar a arma de sua mão, causando o disparo.
Indignada a mãe de Daniel Duque protestou e foi retirada da sala de julgamento alegando que o promotor de acusação teria virado a “casaca” na hora H para inocentar o PM que no momento do crime fazia segurança de Pedro Velasco, que é filho da promotora Márcia Velasco.
O que todos precisam saber, por mais insignificante que possa parecer, é que até hoje há quem acredite que ao Promotor de Justiça cabe, tão somente, a acusação. Não é essa a realidade. Como a própria denominação nos revela, ao Promotor de Justiça cabe promover a Justiça, e, em muitos casos, essa se verifica com a absolvição do acusado, e, não com a sua condenação.
O problema é que vivemos em um país onde reina a impunidade e a corrupção e qualquer fato que privilegie uma ou outra autoridade, soa em nossos ouvidos como “marmelada”. Tomara que eu esteja errado e que a justiça tenha acertado.
Tá dado o veredicto!
Juliano Romão
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(Post publicado em 10/10/2008 às 16:07hs em meu antigo Blog no IG)
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